Reflexão

    

             Ninguém pode servir a dois senhores: a Deus e à paixão. – Deus é o soberano legítimo, justo, infinitamente bom; a paixão é súdito revoltado, injusto, mau...

            Servir aos dois simultaneamente é impossível; as pretensões são opostas e as ordens contraditórias.

            O homem que quer servir, ao mesmo tempo, a Deus e à paixão, é como o servo que quer servir a dois amos rivais; é como o vassalo que quer obedecer às ordens de dois soberanos inimigos...

            Não podeis prestar culto a Deus e ao dinheiro, às riquezas. Prestar culto às riquezas é ser escravo das riquezas; é admitir outro deus além do verdadeiro Deus...

            Adorarás ao Senhor, teu Deus, e a ele só servirás.

            Não vos inquieteis pelo que vos é necessário para a vida... alimento... vestes... – Jesus procura destruir a mais forte razão dos que procuram, com empenho, as riquezas da terra, esquecendo o principal, que é a salvação da alma...

            Jesus recorre ao argumento de experiência, tirando a conclusão chamada “a fortiori”. As aves do céu não plantam, não colhem, não enchem celeiros; os lírios do campo não trabalham, não tecem...

             Se Deus alimenta as aves e veste os lírios, deixará perecer a sua criatura racional?

            Procurai, primeiramente, o reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo. É uma promessa clara, firme, consoladora...

            Procurai primeiramente, etc. significa que devemos procurar também o temporal, mas sem demasiados cuidados, sem inquietações...

            Não sacrifiquemos os deveres espirituais, pelo infundado temor de que nos venha a falar o necessário para a vida... Confiemos na providência que nos abençoa os esforços comedidos!

 

Reflexão sobre o Evangelho do 14º domingo depois de Pentencostes (Mt. 6, 24-35)